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quinta-feira, 21 de abril de 2011

CHATexto

SOFRIMENTO, CONSOLO E APRENDIZAGEM

            Certa vez ouvi alguém dizer que o sofrimento de Jó foi uma das maiores covardias da história, pois, no pensamento dessa pessoa, ele passou por todo o sofrimento apenas a fim de determinar o vencedor de uma aposta nefasta, celebrada entre Deus e Satanás. Nada mais errado. A narrativa do livro de Jó expressa claramente que os propósitos soberanos de Deus se cumprem (Jó 42.2),  Ele estava como está e sempre esteve no controle de todas as coisas, e que os planos de Deus na vida de Jó cumpriram-se cabalmente, no sentido de Jó desenvolver uma maior intimidade com Deus (Jó 42.5) e, certamente, entender coisas antes não claras para ele (Jó 42. 3-4).
            Jó precisava passar por todo aquele pesar para aprender tais coisas? Talvez não. Mas foi assim que o soberano Deus determinou que fosse, e assim executou sua vontade. Jó entendeu isto ao dizer que o Senhor tudo pode. Ou seja, do jeito que permitiu aquilo acontecer com ele, também poderia livrá-lo. Jó volta a ter noção da soberania de Deus, percebido no início do livro, quando  ele é informado da morte de seus filhos (Jó 1.21). A grande diferença é  no fim da história é a consciência de Jó em entender que todo aquele mal cooperou para o seu bem, para o seu crescimento e para a glória de Deus.
            Não foi fácil para Jó assim como não deve ser fácil para ninguém vivenciar profundamente uma experiência de sofrimento, e conseguir vislumbrar  isso  cooperando para o nosso bem. Parece loucura. Mas é isso mesmo. A sabedoria de Deus é loucura para o mundo. E quando entendemos que Deus é quem faz todas as coisas cooperarem para o nosso bem, entendemos também, que, entre estas coisas estão também às ruins. Mas, mesmo passando pelo vale da sombra da morte, se preciso for, a vara e o cajado do pastor nos dá a certeza que ele está conosco.
            Paulo, ao orar ao Senhor pedindo que o livrasse do sofrimento com o espinho na carne, tem um estrondoso “NÃO” como resposta de Deus e uma convincente justificativa: “A minha graça te basta”. E é neste sentido que encerro estas poucas palavras. Rogando a Deus, que a sua graça nos surpreenda também no sofrimento, trazendo, além de consolo, força, cuidado, e nos surpreenda proporcionando aprendizado, crescimento e conhecimento de Deus, para a glória do seu santo e excelso nome.                                                           


Presb. Cicero da Silva Pereira

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